agosto 28, 2014

Abuso de autoridade


Recebi o vídeo hoje pelo facebook e o conteúdo não deixa dúvida de abuso de autoridade.

A "autoridade" nem respeitou a presença de uma criança no local, o filho da vítima, e assim evitar uma agressão desnecessária. 

Um desrespeito contra um cidadão, uma criança e um pai de família.

fevereiro 23, 2014

Procon RJ encontra coliformes fecais em água de coco

Saiu no Jornal O Globo de sábado.
Procon RJ constatou que a água vendida pelos supermercados Hortifruti e Zona Sul apresentam coliformes fecais acima do limite permitido.

janeiro 10, 2014

Projeto de lei do 'teste da linguinha' opõe pediatras e fonoaudiólogos

Reportagem publicada no Folha de SP aborda sobre a obrigatoriedade de um teste em recém-nascidos para detectar uma alteração na membrana que conecta a língua ao assoalho da boca está colocando em lados opostos pediatras e fonoaudiólogos. A reportagem pode ser acessada no site da Folha de SP: Projeto de lei do 'teste da linguinha' opõe pediatras e fonoaudiólogos Um projeto de lei que exige a realização do "teste da linguinha" por profissionais de saúde em todas as maternidades no país já passou na Câmara e está no Senado. Irene Marchesan, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, afirma que a entidade tomou essa iniciativa porque é comum o atendimento de crianças mais velhas com problemas de fala por falta de diagnóstico quando eram bebês. "Problemas que começam pequenos como esse acabam passando despercebidos pelos médicos." Outra vantagem de realizar o teste no recém-nascido, segundo ela, é evitar dificuldades de amamentação que podem ser causadas pela falta de movimentos da língua. Quando o problema da língua presa é detectado, um corte simples da membrana resolve o problema, afirma Marchesan. O projeto de lei para tornar o teste da linguinha obrigatório não prevê a exigência de realização desse corte, mas o procedimento já é feito no SUS. "Se o corte é feito depois que a criança já não fala bem, a fala nunca vai ficar perfeita", diz Marchesan. Mas a Sociedade de Pediatria de São Paulo é contra a aprovação da lei. Um parecer da entidade afirma que o exame da cavidade oral já é realizado rotineiramente pelos pediatras e que a lei criaria uma despesa desnecessária –o que os fonoaudiólogos negam, já que o projeto não prevê que um especialista realize o teste. Ainda segundo a entidade, raramente a alteração no frênulo (membrana que conecta a língua ao assoalho da boca) causa problemas para a amamentação, e a correção pode ser feita mais tarde, não na maternidade. Eduardo Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria –que endossou o parecer da entidade paulista–, diz que tornar o teste obrigatório pode levar a cirurgias desnecessárias de corte da membrana. Mário Roberto Hirschheimer, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, cita estudos americanos que dizem que só 12% dos casos diagnosticados realmente precisam do corte. Segundo ele, outros testes que já são rotina em recém-nascidos, como o do pezinho, são exigidos porque, sem o diagnóstico e o tratamento precoces, há consequências imediatas para a criança. Para Marchesan, da sociedade de fonoaudiologia, os médicos só pensam assim porque não precisam lidar, anos depois, com problemas de fala irreversíveis apresentados por crianças e adultos. Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress OUTROS TESTES Eduardo Vaz afirma que outros testes importantes realizados nos recém-nascidos, como o do coraçãozinho e o do olhinho, precisam mais de uma lei federal do que o da linguinha. O chamado teste do coraçãozinho mede a oxigenação do sangue do bebê. Uma baixa saturação de oxigênio indica possíveis problemas cardíacos congênitos. "Cerca de 3% das crianças nascem com uma cardiopatia congênita, sendo que 10% delas, cerca de 9.000 bebês por ano no Brasil, têm um problema grave. Uma lei federal garantiria a presença do aparelho necessário para o teste em todos os lugares." Por enquanto, esse exame é previsto em leis estaduais e municipais no país. O teste do olhinho, que também não tem lei federal, detecta problemas na visão que podem ser causados por renitoblastoma (câncer nas células da retina) e catarata, entre outras doenças. Já são obrigatórios os testes do pezinho (um rastreamento de doenças congênitas assintomáticas) e o da orelhinha, que detecta surdez.

janeiro 07, 2014

10 alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Reportagem da Revista Crescer elenca os "10 alimentos que pensamos ser saudáveis, mas não são". A reportagem é de Fernanda Carpegiani.
Confira:

Barrinha de cereais, leite de soja e peito de peru são apenas algumas opções que você compra pensando na saúde do seu filho. Apesar da cara de nutritivos, cuidado: é preciso consumi-los com moderação

menino: maçã; alimento; alimentação (Foto: Shutterstock)

1 - Barrinha de cereais
Elas prometem ser uma ótima opção para o lanche das crianças porque são práticas de armazenar e contêm fibras – nutrientes que aumentam a sensação de saciedade, dão energia e ajudam no funcionamento do intestino e na absorção de gorduras. Pelo menos na teoria. Especialistas alertam que muitas das barrinhas de cereais que existem no mercado são, na verdade, ricas em açúcar e sódio. Para saber se a que você compra é assim, compare os ingredientes que estão no rótulo. O que vem primeiro é o que está em maior quantidade, então procure marcas em que a fibra esteja no começo da lista. Prefira as de fruta, que são menos gordurosas, e as que contêm flocos de milho, mel, aveia e castanhas. “Também fique de olho porque a lecitina de soja, substância usada para dar liga no alimento, pode causar alergia nas crianças”, alerta a nutricionista Elaine Pádua, autora do livro O Que Tem no Prato do Seu Filho? – Um Guia Prático de Nutrição Para os Pais (Ed. Alles Trade). Você pode fazer uma barrinha mais natural em casa ou substituí-la pela bananada (doce de banana em massa) sem açúcar, que também tem fibra e mais vitaminas. Nesse caso, a banana não é desidratada, como na barrinha, mantendo seus nutrientes.
2 - Suco de caixinha 
Algumas dessas bebidas, também chamadas de néctar de fruta, têm tanto quanto ou até mais açúcar do que os refrigerantes. São até duas colheres de sopa a cada 200 ml, além de uma quantidade grande de sódio, substância que, em excesso, pode sobrecarregar os rins e aumentar as chances de a criança ter pressão alta no futuro. Os corantes e aromas também aparecem no suco de caixinha (inclusive nos de soja), ou seja, mais química ainda. A saída é alterná-lo com o suco natural (ou água mesmo!). Você pode dar o industrializado no lanche, por exemplo, e o caseiro, no jantar. Na lancheira térmica, o suco natural dura até três horas sem estragar. Para aumentar a duração da bebida, misture-a com água de coco, que retarda o processo de oxidação, é um hidratante natural e não tem muito sódio nem na versão das prateleiras. Outra alternativa são os sucos prontos integrais, que não têm açúcar e só precisam ser dissolvidos em água. Mas não abuse. Qualquer tipo de suco deve ser consumido no máximo duas vezes ao dia, pois são calóricos – pense que, para fazer apenas um copo do de laranja, é preciso três frutas!
3 - Peito de peru 
Apesar de ser visto como uma alternativa melhor do que o presunto, os dois têm a mesma quantidade de sódio e gordura porque são uma mistura de carne e pele (eca!) do animal. Para conservar o produto, as indústrias usam nitritos e nitratos, substâncias químicas que, segundo algumas pesquisas, podem causar câncer se consumidas por muito tempo. Por isso, libere esses alimentos embutidos ou processados (e, nessa categoria, entra também a salsicha e a mortadela) apenas uma vez por semana, de preferência a versão sem capa de gordura.
4 - Sobremesa láctea 
As sobremesas lácteas (como o queijo petit suisse ou aquelas sabor chocolate, baunilha...), fazem sucesso com as crianças porque são bem docinhas e saborosas. Mas não se engane pela aparência de iogurte, pois elas têm bem menos quantidade de cálcio – um mineral essencial para o crescimento e fortalecimento dos ossos, dentes e cabelos. Além disso, esses produtos são gordurosos e têm pouca proteína. “No lugar da fruta, mais nutritiva, muitos contêm aromas e corantes artificiais, que devem ser evitados nos primeiros anos de vida pois estão relacionados a uma série de problemas – de alergia à hiperatividade”, afirma Elaine Pádua. Ela explica que os corantes amarelos e vermelhos são os mais perigosos. É claro que seu filho vai querer comer essas guloseimas de vez em quando. Porém, sempre que possível, substitua por uma mistura de iogurte natural com a fruta que ele mais gosta. Basta bater essa combinação no liquidificador ou amassá-la com um garfo. Se o seu filho quiser algo mais doce, coloque açúcar mascavo. Essa preparação deve ser consumida entre 30 minutos e 1 hora.
5 - Leite de soja 
A soja é classificada como um alimento saudável, mas nem sempre é uma boa ideia oferecê-la para as crianças. Isso porque pode ser tão alergênica quanto a lactose, presente no leite de vaca. “A soja é uma proteína de difícil digestão, por isso, pode causar alergias alimentares em crianças menores de dois anos, que têm um sistema digestivo imaturo”, afirma a nutricionista Santhi Karavias, do projeto Lancheira Saudável, em São Paulo. Alguns especialistas até questionam o nome “leite”, já que ele não oferece os mesmos nutrientes, como os aminoácidos e o cálcio. Se o seu filho tem intolerância à lactose, você já encontra bebidas com adição de cálcio. Também vale substituir por leite de arroz, amêndoa e de cabra.
6 - Bisnaguinha 
Ela é molinha e fofinha graças a muuuita gordura hidrogenada! Esse tipo de pão é feito de farinha branca e açúcar, ou seja, tem poucos nutrientes e nada de fibras. Não faz mal oferecê-lo uma vez por semana, mas, nos outros dias, opte pela versão integral ou de fôrma, recheando com requeijão ou até geleia, contanto que seja sem açúcar. Os pães de padaria ou feitos em casa, naquelas panificadoras portáteis, também são ótimos substitutos, pois têm menos conservantes. Outra opção rápida e saudável: minipizza de pão sírio! Chame seu filho para ajudar você a montar essa delícia com muçarela de búfala, queijo prato ou queijo branco, tomate – pode ser o cereja, que as crianças adoram – e algumas folhinhas de manjericão fresco. Aí, é só colocar no forno em fogo baixo por 15 minutos e se deliciar.
7 - Frozen yogurt 
Eles parecem saudáveis por conta do iogurte, que tem pouca gordura e é fonte de cálcio. Realmente são uma boa opção, mas só se a marca de frozen usar iogurte de verdade em sua formulação. “Esse ingrediente é bom porque é natural e não tem aromatizante”, explica Santhi Karavias, do projeto Lancheira Saudável (SP). Em 2011, o Proteste analisou oito lojas e constatou que apenas uma usava mesmo a bebida láctea, enquanto as outras misturavam sorvete comum ou à base de iogurte. “Esses últimos têm gordura saturada e trans, que aumentam o colesterol ruim e ainda diminuem o bom”, completa Santhi. Para se proteger dos “falsos”, analise o rótulo (quando tiver) e pergunte a porcentagem de gordura (quanto mais próxima de zero, melhor). Ah, e controle as coberturas escolhidas pelo seu filho, que costumam ser uma bomba calórica.
8 - Cereal matinal 
Já reparou no que sobra no saquinho quando acaba o cereal do seu filho? Açúcar puro. Pode ser uma boa fonte de energia, já que cada grão do cereal é um grão de milho, mas só. “É possível conseguir a mesma quantidade de carboidratos em outros alimentos, como pão integral e mingau”, explica a nutricionista Priscila Maximino, da Nutrociência, que presta assessoria nutricional, em São Paulo. Há, no entanto, opções sem açúcar (em geral, destinadas aos adultos). Você pode adicionar uma fruta, como banana ou morango, para deixar a mistura mais docinha. Depois que seu filho tiver um ano, também dá para usar mel. Se quiser usar açúcar mesmo, prefira o cristal (uma colher de chá basta), que é menos processado do que o refinado.
9 - Empanados de frango 
Parece carne de frango, mas o empanado é o que os nutricionistas chamam de compensado, uma mistura de ingredientes nada nutritivos, como partes de frango, pele, farinha e leite em pó. Então, mesmo que você faça assado em vez de frito, ele não é saudável. Para piorar, o que dá gosto à mistura é o glutamato monossódico. “A substância realça o sabor e interfere no paladar da criança, deixando a papila gustativa acostumada a esse tipo de alimento”, conta a nutricionista funcional Gabriela Maia, do Rio de Janeiro. Muitas vezes o empanado industrializado é usado como substituto da carne de boi ou de frango, que são proteínas completas. Só que eles não são equivalentes. Uma opção é fazê-lo em casa. Não tem tempo? Então, para suprir a quantidade de proteínas da carne, que tal cozinhar cerca de quatro ovos de codorna? O preparo vai levar os mesmos cinco a dez minutos.
10 - Produtos light e diet 
Se você tinha a impressão de que poderia consumi-los sem restrições, esqueça! Para crianças, os diet e os light são indicados apenas em casos de doenças como obesidade e diabetes. Achar que eles podem ser servidos à vontade, já que têm menos açúcar e gordura, é um erro. “Isso porque o fabricante adiciona sódio para manter o sabor. Então, melhor ingerir uma quantidade menor da versão tradicional do que o dobro da light”, orienta Virginia Weffort, nutróloga do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). E a criança precisa de energia para crescer, então não é indicado tirar totalmente o açúcar da dieta – lembrando que ele é encontrado em vários alimentos, como frutas e massas.
Eles são saudáveis, quem diria

Atum enlatado 

A versão conservada em água em vez de óleo é fonte de ômega 3 e tem gordura boa. Bom substituto para os embutidos.
Legumes congelados 
São práticos e têm boa conservação de nutrientes e fibras. O congelamento faz com que percam apenas um pouco de vitamina C.
Pipoca 
É rica em fibras e substâncias antioxidantes, que podem prevenir até câncer. Mas preste atenção no preparo: de micro-ondas não vale. Faça na panela com um fio de óleo vegetal. E não exagere no sal!  

Feliz Ano Novo, Mamães Guia!



Mais um ano com dicas e informações sobre o mundo infantil e mamãe bebê. 

Espero contar mais com a colaboração de vocês, agregando com comentários e emails.

Um bom ano e muita saúde para todos!



dezembro 25, 2013

dezembro 23, 2013

Um aplicativo para você provar para as crianças que o Papai Noe de fatoexiste

Do Estadão


Produto é fruto de um exercício de criatividade de agência estabelecida no Canadá

Natalia Russo/Estadão
Natalia Russo/Estadão
Interessado pode doar dinheiro para instituição
 Todo ano é a mesma festa. Até que as crianças começam a desconfiar se o Papai Noel realmente existe. Mas se você pretende ampliar a magia do Natal por mais alguns anos, existe um app feito para você. Kringl é um aplicativo que você pode baixar sem custos na App Store e na loja Google Play.
A 'magia' do aplicativo é que ele apresenta cenas pré-gravadas do Papai Noel fazendo o que ele faz de melhor - comendo cookies, bebendo leite, checando a lista de presentes, procurando por presentes....a lista é enorme. O usuário pode combinar esses vídeos com imagens da sua própria casa. E isso certamente vai ajudar as crianças a se convencerem de que sim, o Bom Velhinho existe.
O aplicativo foi criado por uma agência canadense Zulu Alpha Kilo e na verdade é um exercício de criatividade e caridade, pois os usuários que baixarem o app podem doar dinheiro para uma instituição de caridade.

dezembro 03, 2013

Crianças francesas são mais educadas?

Dois títulos de livros alardeiam a maneira eficaz dos franceses ao educar os filhos. 

"Crianças Francesas Não Fazem Manha" (R$ 29,90, 269 págs., ed. Fontanar), da jornalista americana Pamela Druckerman, e "Crianças Francesas Comem de Tudo" (R$ 44,90, 320 págs., Editora Alaúde), da canadense Karen Le Billon, são os livros que mostram um pouco da cultura francesa no dia a dia com as crianças, vista por uma americana e uma canadense. 

A jornalista Mariana Versolato fez uma reportagem publicada hoje no UOL que explica sobre esse modo francês de criar os filhos e quais as possibilidades de adota-lo num país culturalmente diferente, como o Brasil. Veja a reportagem abaixo e também clicando no título abaixo no UOL.


Famílias francesas são adotadas como modelo em livros sobre como educar filhos

MARIANA VERSOLATO
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"



Crianças que saboreiam pratos repletos de legumes, dormem no mesmo horário todos os dias sem reclamar e não matam os pais de vergonha com ataques de birra em público podem parecer um sonho para muitos pais. 

Não na França, onde essa é a regra, e não a exceção --ao menos segundo dois livros lançados neste ano no Brasil e que retratam as crianças francesas como exemplo de boas maneiras e alimentação. 

Para os pais que sentem que os filhos tomaram as rédeas da casa, as obras podem parecer uma tábua de salvação, a julgar pelos títulos. "Crianças Francesas Não Fazem Manha" (R$ 29,90, 269 págs., ed. Fontanar), da jornalista americana Pamela Druckerman, e "Crianças Francesas Comem de Tudo" (R$ 44,90, 320 págs., Editora Alaúde), da canadense Karen Le Billon, tratam do choque cultural que essas duas mulheres sentiram ao se mudarem para a França e criarem seus filhos no país.

Davi Ribeiro/Folhapress A professora de francês Corinne Alexandre e seus dois filhos, Lorenzo, 5, e Leonardo, 1 ano e 10 meses, em sua casa em São Paulo

A professora de francês Corinne Alexandre e seus dois filhos, Lorenzo, 5, e Leonardo, 1 ano e 10 meses, em sua casa em São Paulo Druckerman, que é mãe de três crianças e vive na França há dez anos, explica que há uma crise global nas famílias de classe média, todas com medo de dizer "não". 

"Os pais do mundo todo estão em busca de alternativas à 'criação intensiva', que dá tanta atenção e poder aos filhos. Os franceses não são perfeitos, mas são um contraponto a esse modelo porque são mais conservadores e pragmáticos", disse à Folha. 

Em 2014, será lançado no Brasil o novo livro de Druckerman, "French Parents Don't Give in" (algo como "Pais franceses não cedem", ainda sem título definido em português). 

A base das orientações é impor limites, e um dos conceitos-chave é o que a autora apelidou de "pausa": não socorrer a criança imediatamente sempre que ela chamar e ensiná-la a esperar a vez --não interromper os pais quando estão conversando, por exemplo. 

A "pausa" ajuda os pequenos a desenvolver o autocontrole e lidar com a frustração. Ela ressalta que muitos desses conceitos não são novos nem tão "franceses", mas diz que as famílias da França são boas em manter o que funciona. "Muitas das ideias `francesas' parecem simplesmente baseadas em bom senso."



ORIGEM DA TIRANIA

Para a psicanalista Marcia Neder, autora de "Déspotas Mirins", o segredo da criação francesa está na importância que os adultos dão para a relação amorosa. 

"O casal não se torna 'papai' e 'mamãe'. A criança é importante, claro, mas ela deve se adaptar à vida dos pais, e não o contrário. Em muitos países, incluindo o Brasil e os EUA, nada é mais importante que o filho, e por isso ele ganha tanto poder", afirma. No Brasil, diz ela, a renúncia à vida amorosa está ligada ao sacrifício que as mulheres precisam fazer para provar que são boas mães. 

"A raiz da tirania dos filhos está numa idealização da maternidade de que é preciso amar o filho acima de nós mesmos. Se ele chora, você precisa sair correndo ou será considerada relaxada e egoísta. Não é permitido ter raiva ou exigir muito da criança." 

Segundo a filósofa Tania Zagury, professora da UFRJ e autora do livro "Limites sem Trauma", a ideia de que os limites poderiam causar problemas emocionais aos filhos deixou os pais inseguros. "Há cerca de 30 anos os pais diziam "não" sem problemas. Hoje, sentem-se monstros quando fazem isso."

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress



À MESA
As regras e os limites também aparecem à mesa. Parece mentira, mas no livro "Crianças Francesas Comem de Tudo", a canadense Karen Le Billon conta que as comidas preferidas de sua filha Sophie, 7, são beterraba, alho-poró e mexilhões. 

Antes de ela e a família irem para a França o jantar era um "purgatório", mas depois aprenderam o que ela chama de "regras de ouro". Uma delas é não separar "comida de adulto" e "comida de criança". A outra é fazer refeições em família e desfrutar desse momento. "Para nós, o prazer de comer é primordial. Comer não é só nutrir; é um momento de relaxar e compartilhar", diz Sophie Deram, nutricionista do ambulatório de obesidade infantil do Hospital das Clínicas da USP que mora há 14 anos no país. 

A diferença na alimentação entre Brasil e França foi o que mais chamou a atenção da professora de francês Corinne Alexandre, 40, mãe de Lorenzo, 5, e Leonardo, de 1 ano e dez meses, que mora em São Paulo. 

"As comidas são muito doces e há muito sal. Bebida açucarada na refeição também não faz parte da nossa cultura. Para os brasileiros, acho que pareço rígida. Às vezes é um pouco frustrante porque tentamos fazer o melhor com as nossas referências." Já a consultora da indústria farmacêutica Katherine Alter, 44, que mora no Brasil há dois anos com o marido e os dois filhos, se assustou com a quantidade excessiva de comida. 

"Fico incomodada com festas nos bufês infantis porque em três, quatro horas são servidos muitos alimentos calóricos e refrigerante à vontade", diz ela. 

Na festa de quatro anos do filho dela, na França, o momento da refeição era bem definido. Todas as crianças dão uma pausa na atividade que estão fazendo para sentar-se à mesa e desfrutar dos quitutes. Todas elas, no entanto, criticam o estereótipo da criança francesa que sempre come e se comporta bem. 

"É como dizer que toda mulher francesa é magra", diz Deram. Katherine também faz críticas à tão elogiada educação francesa. As escolas de lá, por exemplo, podem ser muito críticas e tratar as crianças de forma ríspida, afirma. 

"Na França, espera-se que as crianças se comportem em restaurantes e quem sai da linha é criticado. Isso pode ser positivo, mas pode ter efeitos negativos na autoestima delas. É um alívio chegar em um restaurante no Brasil com dois meninos pequenos e ser cumprimentada por pessoas felizes em ver crianças." 

Para especialistas, livros como esses não devem ser necessariamente copiados em casa, mas podem servir de inspiração para uma vida em família menos caótica. "Em vez de importar as regras de outra cultura, o ideal é construir seu próprio modelo. Os pais precisam entender que o papel deles não é deixar o filho feliz o tempo todo, mas garantir uma formação para a vida. A partir daí, é confiar na própria intuição", afirma Zagury.

Novo dispositivo pode ajudar a salvar bebês presos no canal de parto

Dispositivo criado por mecânico argentino ajuda a salvar bebês presos no canal de parto. 

Médicos que avaliaram a invenção acreditam que o instrumento tem potencial enorme para salvar bebês em países pobres e, possivelmente, reduzir os partos por cesárea em países ricos. 

A reportagem foi publicada no jornal americano New York Times e reproduzida hoje pelo UOL: Dispositivo ajuda a salvar bebês presos no canal de parto 


Veja a reportagem abaixo:

Por DONALD G. McNEIL Jr, do "NEW YORK TIMES" 

Jorge Odón teve a ideia enquanto dormia. De alguma maneira, disse, seu inconsciente fez um salto entre um vídeo que ele tinha visto no YouTube sobre como extrair uma rolha de dentro de uma garrafa de vinho e a ideia de que o mesmo princípio poderia salvar bebês presos no canal de parto. 

O argentino Odón, que tem 59 anos e é mecânico de automóveis, construiu o primeiro protótipo de seu dispositivo na cozinha de sua casa, usando um vidro como modelo do útero, a boneca de sua filha no lugar do bebê preso no canal e uma bolsa e manga de tecido costuradas por sua mulher como instrumento que salvaria a vida do bebê. 

Por mais improvável que possa parecer, a ideia ganhou o endosso da Organização Mundial de Saúde, e uma empresa americana de tecnologia médica acaba de obter a licença para produzir o dispositivo.


Com o Instrumento Odón, um assistente desliza um saco plástico dentro de uma manga plástica lubrificada, posicionando-o em volta da cabeça do bebê, infla o saco, para que agarre a cabeça, e puxa o saco até o bebê emergir do canal. 

Médicos dizem que o instrumento tem potencial enorme para salvar bebês em países pobres e, possivelmente, reduzir os partos por cesárea em países ricos. 

De acordo com o médico Mario Merialdi, da OMS, complicações potencialmente graves ocorrem em 10% dos 137 milhões de partos realizados anualmente em todo o mundo. Mais ou menos 5,6 milhões de bebês nascem mortos ou morrem pouco depois de nascer, e 260 mil mulheres morrem ao dar à luz. 

A obstrução do trabalho de parto, que pode ocorrer quando a cabeça do bebê é grande demais ou quando a mãe está exausta e para de ter contrações, é um fator importante nessas mortes. Nos países ricos, o sofrimento fetal resulta numa corrida para a sala de cirurgia. Mas em clínicas médicas pobres em áreas rurais, disse Merialdi, "se o bebê não sai, a mulher não tem a quem recorrer". 

As opções usadas hoje em casos desse tipo são o fórceps -uma espécie de tenaz grande e arredondada- ou a extração por vácuo, com ventosas colocadas sobre o couro cabeludo da criança. Quando usados por pessoas não treinadas, esses métodos podem provocar hemorragias, esmagar a cabeça do bebê ou torcer a espinha dele.

O dispositivo de Odón será manufaturado pela Beckton, Dickinson and Company, ou BD, de Nova Jersey. "Minha primeira reação, assim que vi o dispositivo, foi positiva", contou Gary M. Cohen, vice-presidente-executivo do setor de saúde global da BD. Foi no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, onde Merialdi lhe pediu que estudasse a possibilidade de produzir o instrumento. 

O dispositivo já foi testado em 30 mulheres argentinas. Todas estavam em hospitais, já tinham dado à luz antes e apresentavam trabalho de parto normal. Agora a OMS vai supervisionar ensaios com outras mulheres. 

Odón contou que, sete anos atrás, funcionários dele estavam imitando um vídeo mostrando que é possível recuperar uma rolha empurrada para dentro de uma garrafa vazia, inserindo na garrafa um saco plástico de supermercado, soprando o saco até ele envolver a rolha e então puxando-o para fora. 

Às 4h da manhã ele acordou sua mulher e lhe contou a ideia que tinha acabado de ter. Odón recorda: "Ela disse que eu estava maluco e voltou a dormir". Na manhã seguinte, um amigo o apresentou a um obstetra. O médico o incentivou, e ele continuou a trabalhar sobre a ideia. O saco costurado por sua mulher deu lugar a um saco de polietileno, e um útero de plástico tomou o lugar do vidro. Com a ajuda de um primo, Odón foi apresentado ao diretor de obstetrícia de um grande hospital de Buenos Aires. O diretor tinha um amigo na OMS que conhecia o Dr. Merialdi. 

Numa conferência médica realizada na Argentina em 2008, Merialdi reservou dez minutos para falar com Odón durante uma pausa para um café. O encontro acabou durando duas horas. Desde então, Odón continuou a aperfeiçoar o dispositivo, patenteando cada modificação para que possa receber royalties em algum momento. 

Cohen disse que ainda é cedo para saber quanto a BD cobrará pelo instrumento, mas cada um deve custar menos de US$ 50 para ser fabricado. Merialdi disse ser a favor da ideia ter fins levemente lucrativos, porque já viu outras ideias com potencial de salvar vidas ter dificuldade em ser concretizadas por falta desse elemento, como as injeções de sulfato de magnésio, que previnem a eclampsia fatal, e os corticosteróides, que aceleram o desenvolvimento dos pulmões de bebês prematuros.